Vestido para mentir
Que Luiz Inácio da Silva é um galhofeiro contumaz todos sabem, mas sua especialidade maior, além de faltar com a verdade, é abafar escândalos protagonizados pelos malfadados companheiros.
Na tentativa de poupar sua cria político-eleitoral, a neopetista Dilma Rousseff, o presidente-metalúrgico disse na manhã desta quinta-feira (2), em Foz do Iguaçu, que no caso da violação do sigilo fiscal da empresária Verônica Allende Serra, filha do presidenciável tucano, é preciso provar a fraude e prender quem falsificou a assinatura constante no documento entregue à Secretaria da Receita Federal.
Embusteiro profissional desde os tempos em que liderava greves no ABC paulista, Lula tenta mais uma vez jogar a poeira para debaixo da alcatifa presidencial, pois, a exemplo do que ocorreu no caso do Dossiê Cuiabá, desvendar a farsa seria cometer um harakiri político.
O presidente da República postergará ao máximo a solução do caso da violação do sigilo fiscal de Verônica Serra e de integrantes do PSDB, a reboque do discurso de que o PT e a campanha de Dilma Rousseff nada têm a ver com o assunto, quando se sabe que os aloprados da candidata petista agem à luz do dia e ao arrepio da lei.
Lula pode enganar parte da população durante todo o tempo, em especial os que se entregam à genuflexão por conta do Bolsa Família, mas é impossível ludibriar a massa pensante da sociedade brasileira.
Se a liderança de Dilma apontada pelas pesquisas eleitorais fosse um fato consumado, o PT e a candidata não se valeriam de armações espúrias como a da quebra do sigilo bancário. E o presidente Lula que não venha com a conversa visguenta de que o seu partido não tem responsabilidade alguma na história do dossiê contra José Serra, pois o mundo conhece o graud da obsessão que os companheiros têm pelo tema.